terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Legado do Homem-Tatu

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O mundo seria um lugar mais feliz se os homens só adquirissem o direito de ter pau depois de aprender todas as possibilidades eróticas da língua e dos dedos.

Essa não é uma crítica ao falo. De forma alguma. Ele é útil, a gente usa e gosta. Bastante. É realmente envaidecedor vê-lo reagindo aos nossos estímulos e se transformando de tímido e assustado em suntuoso e implacável. Aliás, só uma coisa dá mais tesão numa mulher do que causar tesão: ser excitada. E aqui entram a língua e os dedos. Literalmente.

Esqueça o priapo por uns instantes. Acredite se quiser, mas não somos uma seqüência de buracos dispostos ao seu bel-prazer (eles também servem ao nosso). E é exatamente assim, bonecas infláveis, que nos sentimos quando tratadas feito pizza fria: comida às pressas. Temos pele, cabelos, pernas, braços, virilha, uma série infindável de territórios pouquíssimo explorados pela maioria dos machos e, vou te contar, é uma delícia sentir a mão de um homem passando por nossas coxas, ultrapassando a barreira do elástico do sutiã, puxando de leve o cabelo perto do pescoço. E é aí que nos sentimos vistas, exploradas, únicas.

E então nos invade a vontade incontrolável de virarmos a mais competente das devassas, utilizarmos sabiamente sua ereção e fazê-los (e a nós também) gozar feito loucos. O melhor círculo vicioso do universo.

Depois de vislumbrar a miríade de possibilidades que o encontro de dois corpos (inteiros) nos reserva, beira o impossível compreender qual o raciocínio tortuoso que leva um homem a resumir o sexo ao bate-estaca. Não tiro o mérito da penetração porque, serei justa, é um momento crucial. Se sexo fosse cardápio, meu pedido seria o combo número 1: língua + dedos + falo. A ausência de qualquer um dos itens causa a mesma sensação de ir ao Mc Donal's e não pedir refrigerante e batata frita: parece que nem estivemos lá. Ser penetrada é gostoso, íntimo, invasor, impactante. Mas, se isso fosse suficiente pra satisfazer as mulheres, os homens teriam, há milênios, sido substituídos pelos pepinos.Machos estão pouco se importando com o orgasmo feminino? Se somos assim tão independentes, a gente que se resolva? Se gostamos tanto de dedo e língua, por que não viramos lésbicas? Ora, ora, que imaturo dizer essas besteiras. Amigo, se você transa com a única intenção de botar pra dentro, sugiro que desista dessa coisa chata, repetitiva e reclamona chamada mulher e entregue-se sem culpa ao reino vegetal: bananeiras e mamão morno são ótimas opções - macios, molhadinhos, não conversam depois de transar, não pedem pra ficar abraçados nem questionam seus sentimentos por eles. Fácil e econômico.

A verdade é uma só: homem que não curte preliminares não gosta de mulher, gosta de buraco. Sendo assim, que tal um tórrido momento a dois com uma estonteante mesa de sinuca?


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(ailin a.)

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